quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Uma Paixão e Duas Cores: Coisas de Futebol




Não há de ser coisa passageira. 

Passageiro é uma dor de barriga, uma dor de ouvido, dez dias no mês sem dinheiro, menstruação, raiva no trânsito, vontade de comer brigadeiro a baldes. 

Esse, não. Esse é daqueles sentimentos que chegam e ficam. Gosta de instalar-se no mais profundo do coração e ponto final.

Quantas mulheres você já amou em sua vida? 
Quantos homens você vestiu de smoking e casou em seus devaneios?
Quantas vezes você mudou de emprego nos últimos vinte anos?
Quantos times você torceu nesse tempo todo?
Opa...! Alto lá! Time, não. 

Paixão por futebol é imutável, um troço estático. Como bem disse Mário Filho (esse mesmo que emprestou o nome ao Maracanã): "É mais fácil deixar de amar uma mulher do que um time."

Futebol é praticamente religião. Você veste a camisa do time como se fosse um manto sagrado, canta o hino do clube como se fosse o Glória! e reza pro goleiro agarrar o bendito pênalti como se estivesse pedindo a salvação eterna. Mas o sentimento - apesar de bem diferente em propósito - é infinitamente igual em intensidade.

Ninguém aprende a amar um time. Não dá para saber em que momento exato da vida você começou a torcer pelo "seu" time. Sim, porque ele passa a ser seu...! É a derrota dele que acaba com seu bom humor na sexta e a vitória dele que faz da sua segunda um sábado disfarçado. É o gol de placa que o lateral desgraçado-que-nunca-acerta-um-passe faz, que tem o dom de deixar os problemas do dia a dia em segundo plano.

Você pode até lembrar do primeiro dia que seu pai lhe levou ao estádio, da primeira vez que assistiu uma decisão, do primeiro campeonato que seu time ganhou, mas não foi em nenhum desses momentos em que o caso de amor começou.

Na verdade, você já nasce com as cores do seu time gravadas no seu coração. Com o tempo, elas vão ficando mais vivas, mais fortes, até que se confundem com quem você é e.. pronto! Você deixa de ser um e se torna onze. Em campo.

E como não podia ser diferente, esta que vos fala também é torcedora. E sou alvinegra. Tenho o dia e a noite gravados dentro de mim e, como a grande maioria, já nasci assim. 


E levo a paixão pelo meu time a sério: torço, grito, mando, desmando, digo que odeio, depois do gol digo que amo, conserto esquemas táticos, faço substituições (inclusive de técnicos), contrato, demito, rio e choro quando é necessário. 

Agora, parafraseando Mário Filho, digo com absoluta certeza.. "É mais fácil deixar de amar um homem do que o Ceará!"

7 comentários:

  1. É, com toda absoluta certeza, mais fácil deixar de amar um homem do que o Ceará! :)

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  2. Emocionante, Parabéns. Só podia ser alvinegra mesmo. Ô torcida arretada!

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  3. hahahaha.. muito bom... to contigo e nao abro amiga.. tomara q nunca passe por essa situação de alguem me dizer: ou eu ou o vozão... hahahaha bjus

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  4. Lindo, lindo, lindo... me emocionei!! ;) #CSCamorINFINITO

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  5. Fessora obrigado por relembrar minha infância e adolescência nos estádios da vida, sei texto me fez voltar no tempo, celular da Sapupara amarela atrás do gol e um saco de Siriguela lá no PV, mais o meu pai, 😭🖤 obrigado!

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